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Trabalhadores da Ebserh entram em greve em por tempo indeterminado

O movimento paredista foi decretado em cerca de 45 hospitais universitários de 20 estados. Os serviços essenciais à população serão mantidos


Trabalhadores da Ebserh entram em greve em por tempo indeterminado
Reprodução/Sindsep-PE

Sindsep-PE

Empregados(as) da Ebserh entraram em greve por tempo indeterminado nesta quarta-feira, dia 21, em todo o Brasil. O movimento paredista foi decretado em cerca de 45 hospitais universitários de 20 estados. A greve acontece depois que os trabalhadores passaram mais de três anos tentando negociar o seu Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) com o Governo Bolsonaro, sem sucesso. Os serviços essenciais à população serão mantidos. 

No Recife, os(as) trabalhadores(as) realizaram uma mobilização no Hospital das Clinicas (HC) da UFPE. Depois de distribuírem uma carta à população, explicando os motivos do movimento, os empregados(as) da Empresa promoveram um ato na frente da Portaria 04 do HC, com falas de lideranças sindicais, apresentações de esquetes teatrais da TV Sindical e café da manhã. 

“O governo brasileiro precisa reconhecer que a nossa sociedade necessita dos serviços públicos e investir nos mais diversos setores, inclusive na saúde que é um dos mais imprescindíveis à população. Nós temos um modelo de Sistema Único de Saúde, o SUS, que é admirado em todo o mundo. Mas este governo defende a privatização de tudo. Não quero aqui falar mal da medicina privada. Quem pode pagar por um plano de saúde ou hospitais particulares que pague. Agora, o SUS precisa ser fortalecido porque as pessoas que não podem pagar precisam ter acesso à saúde. Mas se o governo não valoriza o SUS e nem os profissionais da saúde, o que resta a eles se não lutar por dignidade? Essa greve que se inicia hoje é por culpa de um governo que não quer negociar com os trabalhadores e trabalhadoras”, comentou o coordenador-geral do Sindsep-PE, José Carlos de Oliveira.  

É muito importante que todos os empregados(as) da Ebserh estejam unidos neste processo porque, infelizmente, este governo só entende a linguagem da pressão. “Tentamos, por mais de 20 rodadas de negociação, estabelecer um diálogo com a empresa que respondeu com uma proposta de cortes de direitos. Não nos restou outra saída a não ser promover uma greve que já nasceu forte e irá se fortalecer ainda mais ao longo do dia. Essa categoria merece respeito”, destacou a diretora do Sindsep e da secretaria de empresas públicas e políticas públicas da Fenadsef, Elna Melo.  

Na mesa de negociação, os(as) trabalhadores(as) da Ebserh apresentaram uma pauta que inclui a manutenção das cláusulas sociais do ACT vigente e uma reposição inflacionária linear de 22,30%, referente aos três anos de congelamento salarial. Além do reajuste linear, a categoria busca um aumento de R$ 600,00 aos assistentes administrativos, uma vez que eles recebem os menores salários pagos pela Ebserh e muitos não recebem insalubridade. 

“Passamos um período com muitos pacientes graves da Covid-19 aqui no HC. Trabalhamos muito sobrecarregados, muitos dos nossos colegas morreram e isso nos afetou emocionalmente. Muitos de nós tiveram que se afastar do trabalho. A pandemia deu uma arrefecida, mas já estamos recebendo pacientes da varíola do macaco. Nosso trabalho não é fácil. Estamos, a todo o tempo, preocupados em salvar vidas. E este governo não reconheceu o nosso empenho em nenhum momento", observou o  técnico em enfermagem, Marcone José Gonçalves da Cruz. 

Em resposta a demanda da categoria, inicialmente a Ebserh ofereceu reajuste zero. Na última rodada de negociação, eles chegaram a um percentual de 20% para os assistentes administrativo e técnicos e de 13% para os cargos assistenciais, sem retroatividade. A proposta teve como principal objetivo dividir a categoria ao oferecer percentuais diferentes de reposição inflacionária dos salários, mas acabou surtindo um efeito contrário. A empresa também insiste em reduzir o adicional de insalubridade do salário-base para o salário mínimo, o que irá diminuir o salário de todos os trabalhadores. 

“Todos os anos fazemos uma negociação em torno do nosso ACT. Mas, desde que este governo assumiu, não conseguimos mais fechar nenhum acordo. Já estamos com três anos e entrando para o quarto ano sem obter sucesso nas negociações porque querem retirar direitos conquistados em negociações passadas. E não podemos aceitar isso. Esta greve acontece porque nós trabalhamos diuturnamente no HC, salvando vidas, e não estamos sendo valorizados”, comentou a diretora do Sindsep-PE e trabalhadora da Ebserh, Gislaine Fernandes.






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